Cassação de Ramagem: Câmara deve seguir o STF?

O Caso Ramagem: Um Golpe à Democracia?
O ex-diretor da ABIN, Alexandre Ramagem, enfrenta a cassação de seu mandato após condenação do Supremo Tribunal Federal (STF) por graves acusações: tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada. A decisão do STF inclui cassação, prisão e inelegibilidade.

A Decisão do STF e a Reação do PL
O STF determinou a cassação imediata do mandato e a inelegibilidade por oito anos. O Partido Liberal (PL), partido de Ramagem, contesta a decisão, buscando submeter a cassação à votação em plenário. A defesa argumenta que a ação fere as prerrogativas do Parlamento, baseando-se em voto do ministro Luiz Fux.
Pressão sobre Hugo Motta
O PL pressiona o presidente da Câmara, Hugo Motta, para que adote o mesmo procedimento usado no caso da deputada Carla Zambelli, permitindo a apresentação de defesa na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Motta, contudo, já demonstrou postura firme contra ataques à democracia, votando pela cassação de Daniel Silveira e afirmando que a Câmara seguirá a lei.
A Constituição e o Processo de Cassação
A Constituição estabelece a perda de mandato em caso de condenação criminal transitada em julgado, cabendo à Mesa Diretora declarar a cassação. O julgamento político em plenário só é necessário em casos de quebra de decoro. A expectativa é que o rito constitucional seja cumprido: após o trânsito em julgado, o STF comunicará a Câmara, e a Mesa Diretora declarará a perda do mandato.
A Trajetória Polêmica de Ramagem
A trajetória de Ramagem é marcada por polêmicas e proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele ocupou cargos estratégicos, como chefe da segurança de Bolsonaro na campanha presidencial, Superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro e Diretor-Geral da ABIN. A influência dessa proximidade na decisão do STF é um ponto de discussão.
Precedentes e Implicações
O caso Ramagem se soma a outros casos de cassação, como os de Eduardo Cunha e Nilton Capixaba, demonstrando a possibilidade de cassação de mandatos de parlamentares influentes. A cassação de Ramagem pode ser um marco na luta contra a impunidade e um recado para quem atenta contra a democracia. Hugo Motta também defendeu a cassação de Anderson Torres e Silvinei Vasques pelos atos de 8 de janeiro.
Conclusão: Justiça e o Cenário Político
A condenação de Ramagem reflete a polarização política e os ataques às instituições democráticas. A decisão final da Câmara terá grande impacto no cenário político brasileiro. A pergunta que fica é: a justiça será feita? Qual o futuro da democracia brasileira diante de tais acontecimentos?
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