Investimento Inteligente: O Guia Completo para Transformar Suas Finanças
Como o Investimento em Ações Pode Transformar Suas Finanças
Muitas pessoas sonham em alcançar a independência financeira, mas o caminho pode parecer complexo. A história de Mervyn Tilbury, pai do palestrante, ilustra um desafio comum: trabalhar duro e economizar, apenas para ver o valor do dinheiro corroído pela inflação. Mervyn guardava suas economias em uma caixa de sapatos e em uma conta bancária com juros mínimos, acreditando que o mercado de ações era um “movimento extremamente arriscado”. No entanto, ele não percebia que, ao não investir, também estava correndo um grande risco: a perda do poder de compra.
Como destacado por especialistas financeiros, a inflação tem um impacto significativo. Por exemplo, em um período de observação de 1960 a 2022, a taxa média de inflação foi de 3,8% ao ano. Isso significa que um item que custava 100 dólares em 1960 hoje custaria mais de 1.000 dólares. Se o dinheiro não cresce acima da inflação, ele perde valor. O palestrante, ao contrário do pai, escolheu investir ao longo da vida e, como resultado, não só superou a inflação, mas viu seus investimentos crescerem exponencialmente. Ele gera um retorno significativo de seus investimentos, o que o levou a se tornar um milionário. Este artigo se propõe a compartilhar o que ele gostaria de ter sabido quando era mais jovem, focando em estratégias acessíveis para todos.
A Batalha Contra a Inflação e o Poder dos Juros Compostos
Para construir riqueza, o primeiro passo é superar a inflação. Contas poupança tradicionais raramente oferecem retornos de 8-10% ao ano, que seriam ideais para esse propósito. O mercado de ações, no entanto, oferece essa possibilidade. Ao comprar uma ação, você se torna um “acionista” ou “coproprietário” de uma parte da empresa. Existem duas maneiras principais de lucrar com ações:
- Ganhos de Capital: Vender a ação por um preço maior do que o preço de compra.
- Dividendos: Receber pagamentos regulares da empresa para os acionistas. Nem todas as ações pagam dividendos, mas quando o fazem, permitem que você receba dinheiro sem vender sua parte da empresa.
O verdadeiro poder do investimento reside nos juros compostos. Ao investir consistentemente e reinvestir os lucros, o “juro aplicado se torna cada vez maior”. Por exemplo, investir 250 dólares por mês com um retorno anual de 8% poderia render mais de 1 milhão de dólares em 42 anos e mais de 2 milhões em 52 anos. O ingrediente secreto para essa fórmula milionária é o tempo.
O Momento Ideal para Começar a Investir
A resposta mais direta é: o mais rápido possível. “Quanto mais jovem você começar, melhor”, pois isso dá aos seus investimentos mais tempo para crescer e render juros compostos. Um tempo de investimento mais longo também permite assumir mais riscos, já que os investimentos têm tempo para se recuperar de quedas no mercado, que “sempre acontecem”.
Pré-requisitos para o Investimento Inteligente
Antes de mergulhar no mundo dos investimentos, é crucial ter uma base financeira sólida:
- Elimine Dívidas de Alto Juro: Quite todas as dívidas com juros elevados, como cartões de crédito. Como explica o palestrante, “não faz sentido tentar ganhar 10% no mercado de ações se você está pagando 15% a uma empresa de cartão de crédito”.
- Construa um Fundo de Emergência: Acumule um fundo de emergência que cubra de 3 a 6 meses de suas despesas de vida. Isso garante que você não será forçado a vender seus investimentos em momentos de baixa do mercado em caso de imprevistos.
Para menores de 18 anos, uma ótima ideia é pedir a um dos pais para abrir uma conta de custódia, permitindo que eles invistam em seu nome e proporcionando uma grande vantagem para o futuro.
Quanto Investir: Encontrando o Equilíbrio
Embora a resposta comum seja “o máximo possível”, o palestrante sugere investir “o que você se sentir confortável”. Ele mesmo construiu sua riqueza através de diferentes negócios e usou o mercado de ações para fazer seu capital crescer ao longo do tempo, sem sacrificar uma “vida divertida”.
A Regra do Orçamento 70:20:10
Para uma orientação mais concreta, a regra de orçamento 70:20:10 é um bom guia:
- 70% para despesas de vida.
- 20% para investimentos.
- 10% para atividades de lazer (“coisas divertidas”).
Pesquisas mostram que pessoas que investem nesse nível estão “muito mais bem equipadas para enfrentar os altos e baixos da vida” e se adiantar aos outros.
Desvendando a Compra de Ações e Contas de Investimento
Existem diversos aplicativos que permitem investir em ações. O fundamental é abrir o tipo de conta correto. Em diferentes países, existem contas com vantagens fiscais, como a Roth IRA nos EUA, ISA no Reino Unido, TFSA no Canadá e Supers na Austrália. Essas contas permitem “evitar o pagamento de impostos sobre seus investimentos”, mas possuem limites devido ao seu poder.
A Revolução das Ações Fracionadas e Plataformas de Investimento
Muitos aplicativos de investimento modernos oferecem a capacidade de comprar “ações fracionadas”. Isso significa que, em vez de ter que comprar uma ação inteira de alto valor, você pode investir qualquer quantia que desejar (por exemplo, 1 dólar) e comprar uma fração da ação. Essa funcionalidade é excelente para iniciantes e para quem deseja usar o “custo médio em dólar”, que é a prática de investir uma quantia fixa regularmente, independentemente do preço da ação.
Plataformas como Trading 212 (mencionada no vídeo) oferecem contas de prática com dinheiro “falso”, permitindo que os usuários se familiarizem com o mercado real sem risco. Além disso, a funcionalidade “Pies” permite ver como outros investidores alocam seus fundos em diferentes ações, oferecendo inspiração e insights.
Selecionando Ações: Análise Fundamentalista vs. Análise Técnica
Existem duas abordagens principais para tentar prever o mercado de ações:
- Análise Técnica: Focada em gráficos e padrões de preços para prever movimentos de curto prazo. Traders de curto prazo usam essa análise para julgar os altos e baixos do gráfico.
- Análise Fundamentalista: Focada nos “fundamentos de uma empresa”, incluindo finanças, liderança e reconhecimento da marca. Como investidor de longo prazo, o palestrante prefere essa abordagem, buscando a “verdadeira informação” que indica o sucesso a longo prazo de uma ação.
O palestrante afirma que não se preocupa com opções ou margens de lucro, focando em manter as coisas simples. Ele investe em ações sem intenção de vendê-las por pelo menos 2 a 5 anos, embora ocasionalmente olhe os gráficos para encontrar o “melhor momento para comprar”.
A Simplicidade e Eficácia dos Fundos de Índice
A estratégia preferida do palestrante e recomendada para a maioria das pessoas é a alocação da maior parte do dinheiro em Fundos de Índice. Um Fundo de Índice permite que o investidor médio “ganhe mais dinheiro do que os profissionais com muito pouco esforço”. Imagine uma “tabela de ligas” onde os times são empresas. Quanto melhor a empresa, mais alto ela está na lista; se ela for mal, pode ser removida. Um índice, como o S&P 500 (composto por cerca de 500 das maiores empresas dos EUA), funciona de forma semelhante. Você pode investir em todas as empresas de um índice com apenas um clique.
Mesmo que algumas empresas tenham um desempenho ruim, elas são “equilibradas pelas empresas que estão indo extremamente bem”. Historicamente, o S&P 500 teve um retorno anual médio de 13,6% nos últimos 10 anos. Além disso, “ninguém jamais perdeu dinheiro” se comprou e manteve um Fundo de Índice S&P 500 por mais de 20 anos. Ao contrário dos fundos ativamente gerenciados, que geralmente têm um desempenho inferior ao mercado e cobram taxas altas, os Fundos de Índice são “gerenciados passivamente”, o que significa que eles se “cuidam sozinhos” e cobram taxas muito baixas (por exemplo, 0,02% ao ano).
Fundos de Índice: As Melhores Opções para o Investidor
Embora o palestrante não seja um consultor financeiro, ele teve muito sucesso com três tipos de Fundos de Índice.
O Fundo de Índice S&P 500
Já mencionado, este fundo é um dos mais populares. Nos EUA, o V-FIAX Index Fund ou o VOO ETF são boas opções. No Reino Unido, o VUSA ETF é uma alternativa. A principal diferença entre um Fundo de Índice e um ETF (Exchange Traded Fund) é que o ETF pode ser comprado ou vendido a qualquer momento durante o dia, como uma ação, e também pode ser adquirido em “ações fracionadas”. Isso é ótimo para iniciantes ou para quem pratica o custo médio em dólar.
O Fundo de Índice do Mercado de Ações Total
Este índice acompanha todo o mercado de ações. Nos EUA, o VTSAX Index Fund ou o VTI ETF são recomendados. No Reino Unido, o VWRL ETF é uma opção. Este índice oferece “a definição de diversificação”, permitindo que você experimente ganhos em todo o mercado.
Fundos de Índice de Mercados Emergentes
Considerados os mais arriscados, os mercados emergentes são previstos por alguns especialistas como a próxima grande onda de crescimento. Embora mais voláteis, eles oferecem o potencial de grandes ganhos, como o crescimento do mercado imobiliário na China observado pelo palestrante. Esses fundos incluem ações de muitos mercados em crescimento e podem ser “muito pesados em empresas chinesas” e de outras economias em ascensão, como a Índia e a Coreia do Sul. Nos EUA, o VEIEX ETF é uma opção, e no Reino Unido, o VFEM ETF.
O Risco no Investimento: Uma Perspectiva Necessária
O risco no investimento é uma questão de perspectiva. Muitos temem perder dinheiro, mas o palestrante argumenta que existe um risco ainda maior em não investir: a perda do valor do dinheiro devido à inflação, como aconteceu com seu pai. Para quem tem um portfólio diversificado de Fundos de Índice e investe gradualmente ano após ano, os dados históricos mostram que é possível “suportar a tempestade” de uma crise de mercado.
O palestrante vivenciou três grandes quedas de mercado – a bolha da internet (dot-com bubble), a crise financeira de 2008 e a crise da COVID-19 em 2020 – e em todos os casos, os mercados nos quais ele investiu se recuperaram. Para aumentar a proteção contra uma queda no mercado, é recomendável adicionar alguns “títulos” (bonds) ao seu portfólio, que são um tipo de investimento mais estável do que as ações. Na opinião do palestrante, “em seus anos mais jovens, o maior risco que você pode correr... é não correr risco suficiente”.
Quando Vender Suas Ações?
A decisão de quando vender suas ações geralmente depende da sua idade e dos seus objetivos. Se você for mais velho, pode começar a vender gradualmente suas ações para sustentar sua aposentadoria.
No entanto, para os mais jovens (entre 20 e 30 anos), há apenas três bons motivos para vender seus investimentos:
- Necessidade de Dinheiro para uma Emergência: O fundo de emergência é crucial para evitar a venda de investimentos em momentos inoportunos.
- Investimento Ruim: Se ações individuais tiverem um desempenho consistentemente abaixo do esperado, pode ser hora de “cortar suas perdas”. É importante analisar se o problema é da ação ou da indústria como um todo.
- Conquista de um Objetivo Específico: Se você está investindo para um objetivo de curto ou médio prazo, como economizar para uma viagem dos sonhos, defina um preço-alvo e, ao alcançá-lo, sinta-se à vontade para vender e aproveitar seus ganhos.
O conselho mais importante é: “não venda suas ações pelo maior tempo possível” para que elas tenham o “maior tempo para crescer”. O ideal é investir e “esquecer” até que você queira parar de investir e retirar seus lucros. Essa mentalidade também ajuda a evitar a “venda por pânico” em momentos de volatilidade do mercado. Para aprofundar em como escolher ações individuais, você pode conferir o vídeo do palestrante sobre o tema.